Zé Tampinha

Sra. Tampinha e o vinho argentino

Estávamos nervosos, dava para perceber isso nitidamente. Não deveríamos, afinal, éramos trintões experientes e com boas vivências, inclusive vivências "não convencionais", para não dizer "liberais".

Ainda assim, estávamos nervosos. Há muito tempo que eu não sentia um frio na barriga tão forte como naquele dia. Seguíamos conversando no carro fingindo normalidade, mas a verdade é que parecíamos dois adolescentes indo aprontar.

Trânsito

Estranhamente, pegamos um trânsito muito pesado - algo incomum naquele horário. Estávamos indo ao motel - e o carro parado no trânsito só me deu a sensação de que o meu amiguinho tadala iria fazer o efeito antes da hora. Calma, não tomo esse tróço sempre, mas para aquele encontro eu estava realmente muito nervoso! Uma medida emergencial, digamos assim.

O vinho

Não sou fã de vinhos; acho muito bonito quem entende dessa sofisticada bebida, mas eu mesmo não gosto muito. Ela levou o vinho preferido dela, um rótulo argentino onde se lia: "Benjamin - Suave e Refrescante". Dancei conforme a música e, ao chegarmos no quarto, servi as duas taças. Um pouco preocupado por estar juntando álcool com o tadalinha, é verdade, mas fui assim mesmo!

O receio

Uma pequena pausa para explorar o meu sentimento naquele momento: eu já havia beijado a Tampinha anteriormente - e estávamos há alguns meses conversando e nos conhecendo melhor. Nesse período ela teve os enroscos dela e eu tive os meus (aqui e aqui) - até que, após conversarmos tanto sobre nossos fracassos amarosos, quase como quem troca figurinhas, acabamos despertando um interesse mútuo que ia além do puro desejo sexual.

É estranho falar isso, mas eu meio que já estava apegado à ela, sem nem mesmo termos compromisso algum e sem nunca termos ido para a cama. Ela estava sentindo o mesmo - confessou-me isso mais tarde.

Pois bem, tínhamos uma boa conversa, o beijo era gostoso e um parecia realmente querer conhecer melhor o outro - em tudo havia química, mas... e na cama? Será que nossos corpos se encaixariam? Será que teria química? Esse era o receio, afinal, estava tudo bom demais para ser verdade.

Sim!!

Sim, havia química - e que química! Passamos horas suando nossos corpos e, para o meu deleite, tive a Tampinha de todas as formas que imaginei anteriormente. Eu me sentia um maestro conduzindo a melhor orquestra do mundo!

"Bexiguento!"

Algo engraçado ocorreu e até hoje é motivo de muito riso entre nós. Todo homem com mais experiência e atenção sabe que há o jeito certo de tocar o corpo de uma mulher. Eu, querendo surpreender e agradá-la, caprichei!

Em determinado momento, enquanto aquele lindo corpo se contorcia e molhava as minhas mãos, ela me empurra e grita:

"aaah bexiguento! Não vai fazer isso comigo não! Assim? De primeira? Não, não!! Aí eu me apego e me lasco todinha depois, bexiguento!".

Eu morri de rir. Não sou nordestino e jamais imaginei que iria ouvir essa palavra dita no contexto sexual, foi engraçado.

Puxei-a de volta para mim!

Um ano e muitos planos

Pois bem, desse primeiro encontro até hoje já se passaram muitos dias, alguns meses... um ano! Eu, um cara meio perdidão e sem acreditar mais no amor, dei a sorte de encontrar alguém para tentar uma última vez.

Temos muitos planos pela frente - e sentimos que o mundo é nosso, precisamos apenas conquistá-lo - que sensação gostosa!

A Sra. Tampinha "ressuscitou" em mim aquele adolescente bobo que acredita na vida a dois.

Nos braços dela eu me sinto seguro e, quando quero aquecer meu corpo e minh'alma, é ela quem procuro.

Que nossos planos se tornem uma doce e incrível realidade.

zetampinha@tuta.io

#Memórias #Miscelânea