Eu já romantizei mais...
Como o título informa, eu já romantizei mais a minha própria vida. Romantizava tudo: desde as relações interpessoais até às mais simples situações do cotidiano. Isso refletia na minha escrita.
Com o passar dos anos, fui esfriando... esfriando...
Por exemplo: eu amava escrever, com detalhes, situações do cotidiano (crônicas). Hoje, com o mundo mais cinza, perdi essa vontade.
Ainda escrevo poesias, talvez uma por ano. A deste ano, aliás, já bati a cota - foi uma inspirada poesia para a Sra. Tampinha (logo no início do namoro). Em outros tempos eu já teria feito surgir umas 20 poesias. Não mais, afinal, para quê? Não consigo mais ver sentido em certas coisas.
Os anos vão passando, vou amadurecendo e, paralelamente, esfriando cada vez mais. Eu não sei explicar como este fenômeno acontece, mas tenho a real sensação de que o mundo à minha volta está cada dia mais cinza - de verdade, com menos cor; parece que estão reduzindo a saturação da minha vista, já afetada pela miopia e pelo astigmatismo.
Outra visão afetada tem sido àquela proporcionada pelo meu senso crítico - e visão de mundo; cada dia mais desesperançoso da humanidade, não que ela (a humanidade) tivesse sido boa em algum momento e foi piorando nas últimas décadas - é só que nunca foi boa mesmo, eu que me iludia.
Tudo isso vai refletindo na minha forma de lidar com a escrita, outrora romantizada. Vou ficando assim: seco e objetivo. Resta-me, ainda, uma certa prolixidade, mas longe de ser algo bom.
zetampinha@tuta.io