Zé Tampinha

Adeus, conteúdo MGTOW!

Tenho muito a falar sobre como os homens estão sendo massacrados e castrados socialmente nos últimos anos, mas, sinceramente, não compensa, pelo menos não por agora. Alienação parental, abusos na salinha do fórum, manipulações, falsas acusações, misandria, viiixi, já passei por quase todas as fases que se possa imaginar da castração masculina. Com o passar dos anos, fui aprendendo a me blindar e a me proteger (posso falar sobre isto em outro momento).

Enfim, desde o meu divórcio, há dois anos, eu venho consumindo muito conteúdo MGTOW. Atenção: quando eu digo MGTOW eu estou falando de pessoas como o Don Sandro, ok? Não me venham com maluquinhos red pills ou aqueles caras babacas que ficam produzindo conteúdo de como “pegar” mulheres, pelo amor de Dios!

Em 2023, especificamente, eu trabalhei MUITO e cuidei MUITO da minha saúde física e mental. Foi o ano em que, com a exceção de uma vizinha estrábica e de uma jovem-maluquinha, eu praticamente não me envolvi com ninguém – quase zero de sexo e zero-negativo de sentimentos. No fim do ano passado eu estava decidido: nunca mais me envolveria com mulher alguma. No máximo um sexo casual, somente uma vez, e cairia fora. De verdade, cogitei até mesmo contratar o importantíssimo serviço das primas, mas o meu orgulho falou mais alto e não o fiz. Além disto, também fiquei com receio. Sei lá, não confio 100% nos preservativos – sou vasectomizado, mas não sou imune às doenças sexualmente transmissíveis. Deus me free da camisa-de-vênus estourar, eu pegar alguma coisa e o meu bilau cair no chão!

Assim eu me encontrava no fim de 2023: trabalhando muito, estudando bastante, lendo ainda mais e consumindo diversos vídeos do querido Don Sandro (aqui) e do maluco Davi (aqui e aqui).

Este conteúdo me fez bem. De verdade. Se você que está lendo este texto é um homem normal e mediano, provavelmente você entende o que estou falando. Assistir aos vídeos e – mais importante ainda – ler os infinitos comentários de outros homens que também sofreram o mesmo que eu, nossa, isso tudo me fez ter plena convicção de que ficar sozinho e seguir o meu próprio caminho seria, sem sombra de dúvidas, a melhor opção!

‘Seria’ – do verbo ‘não foi’! Hahahahaha!!

Entrei em 2024 e, logo nos primeiros dias, PAAAHHH! Aconteceu. E como aconteceu! Eu me apaixonei. Daí para o início de um namoro foi um piscar de olhos e agora estamos com seis meses juntos. Sinceramente?! Tô feliz pra cacete!

Ocorre que, paralelamente, eu continuei consumindo os vídeos do Don Sandro e do Davi (Vida Honk), principalmente do Don Sandro, e isto foi me deixando triste. Por um lado, eu me encontro perdidamente apaixonado e voltando a acreditar que, SIM, (ainda é) possível casar e ser feliz com uma mulher nos dias atuais. Por outro lado, toda a filosofia MGTOW joga na minha cara que isso é passageiro, que estou apenas curtindo a fase inicial de uma paixão com a ‘mulher exceção’ e em breve eu serei, novamente, vítima da castração social masculina.

Essa dicotomia ficou me consumindo por muitos meses – até que, recentemente, eu decidi, de uma vez por todas, permitir-me a acreditar no casamento e na alegria a dois – e para isto eu deveria parar de consumir o conteúdo MGTOW. No fundo, bem lá no fundo, uma parte de mim diz que eu estou traindo a mim mesmo e que, mais tarde, irei me arrepender amargamente. Sorte que esta parte é pequena e está cada dia menor... Eu quero ser feliz – com ela.

Parei de consumir tudo o que envolve o debate MGTOW e decidi, uma última vez em minha vida, tentar ser feliz ao lado de alguém. Ela teve alguns relacionamentos ruins – um em particular foi extremamente complicado para ela, onde o ex-marido era um verdadeiro babaca, adúltero e agressor psicológico, logo, seria muito injusto comigo se ela me julgasse ‘um homem ruim’ por causa dos homens ruins que ela encontrou antes de mim, certo? Pois bem, o mesmo vale para o oposto: seria muito injusto com ela se eu a julgasse uma ‘mulher ruim’ por causa das ‘mulheres ruins’ que eu encontrei antes dela.

Obs. em meu relacionamento é tudo jogo aberto, 100% transparência. Aliás, sequer somos um casalzinho tradicional e blábláblá (viemos do meio liberal, rsrs). Conversei bastante com a Tampinha (vou chamá-la desta forma para manter o anonimato) e mostrei tudo o que já aconteceu comigo (não me fiz de vítima, mostrei também os meus erros do passado). Falei sobre o MGTOW e mostrei para ela os vídeos e os comentários. Curiosamente, ela compreendeu tudo e, numa atividade de empatia sem tamanhos, chegou até mesmo a dizer que “sentia muito por existir mulheres que nos façam (homens) acreditar não ser mais possível construir um casamento nos dias atuais”.


Deixo este post como um registro para a eternidade – e espero, de coração, não ter que citá-lo em algum outro post nos anos futuros falando sobre como eu estava errado.

#Miscelânea